quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Uma Xícara de Chá - Setembro

    Em setembro tivemos mais um encontro com este tema tão acolhedor. Tomar uma xícara de chá é permitir-se um momento consigo mesmo, um olhar para o que realmente tem importância, para o que é atemporal. Setembro é onde inicia-se a primavera, momento em que toda a natureza anseia pela transformação, para que haja a continuidade da Vida. Em nós não é diferente, e por isto este foi o tema deste encontro, onde além de lermos e conversarmos sobre as sábias palavras de Osho, também fizemos uma técnica de meditação com o mantra de Shiva, que é a consciência transformadora e transmutadora do universo, por isto é o criador mitológico do Yoga! Shiva é o arquétipo do yogue que, ao transcender-se, transmutar-se em todos os níveis de seu ser acessa o estado de Sat-Chit-Ananda, que é Verdade-Consciência-Bem aventurança, onde não há mais conflito e sim o estado de plenitude!

"Amor.
Amor é também fogo,
mas um fogo frio.
Ainda assim temos de nos queimar nele
porque ele também purifica;
queima somente para purificar.
As impurezas queimam,
e deixam o ouro puro.
 
Da mesma forma meu amor vai trazer sofrimento
porque eu quero destruir você para que eu possa
recriar você.
A semente tem de ser quebrada -
de que outra forma pode uma árvore nascer?
O rio precisa terminar -
de que outra forma pode ele fundir-se com o oceano?
Então solte-se e morra -
de que outra forma você pode encontrar seu eu?"
                                                       Osho
 
"Amor.
Você diz que se sente quebrado.
Seria melhor que você se quebrasse completamente
e desaparecesse.
 
Aquilo que é será sempre um fato,
e aquilo que se tornou
está fadado a desaparecer.
Transformar-se sempre leva a dissolução,
então não tente salvar-se
Aquele que se perde
vai além da vida e da morte,
e aquele que se salva está perdido.
Você está ocupado salvando-se
e é por isso que você tem medo de se quebrar.
Mas o que há para salvar?
E aquilo que vale a pena salvar já está salvo."
                                                     Osho
 









 

O Mundo só Existe Porque o Ventre Dança!

Não se engane, o mundo só existe porque o ventre dança!
Dança porque sente o mundo, sente o mundo porque dança!
É nele seu centro de equilíbrio.
O ventre dança quando compartilha o ar que se respira. Torna-se pleno de vida, e vazio para receber o presente.
Dança quando recebe o alimento primeiro, o leite materno, e regozija-se de prazer.
Dança quando chora, e expressa desespero, tristeza e raiva.
O ventre dança, dança enlouquecidamente numa gargalhada de alegria.
Dança quando come o alimento da mãe terra. E dança também quando elimina o que não vai mais precisar!
Dança quando a mulher sangra, e dança enquanto espera...
O ventre dança quando há um envolvimento de corpos, dança preparando-se para receber uma vida... dança quando acolhe uma vida!
Dança enquanto gesta...
E faz a dança mais linda quando dá a luz, numa dança forte e doce, a dança da entrega, confiança e amor!
Dança enquanto dorme, dança acordado, dança por estar vivo!
Engana-se quem diz que nunca fez a dança do ventre. Só não a faz quem não vive, quem tem medo de viver, de ter ventre, de ter barriga!



E façamos como o ventre, que celebra a vida dançando!
                                                                              Gisele T. Ricetti

sábado, 5 de setembro de 2015

Yoga e a Adolescência


     A adolescência, que naturalmente já é um momento atribulado da vida, devido às mudanças hormonais que afetam física, psicológica e emocionalmente, é agravada pelo momento social que o adolescente se encontra, onde, ainda muito jovem, e agora sem consciência de quem é, é cobrado a ser o melhor estudante, comprometido muitas vezes com inúmeras aulas extras, ou com um tempo ocioso, e nem um nem o outro dando sentido à vida. Muitas vezes se espera que já tome uma decisão sobre a profissão que irá exercer pelo resto da vida, e é esquecido que antes de formar um cidadão, deve-se cultivar com respeito o ser humano ali existente. Neste momento o papel do grupo é de extrema importância, pois é ali que encontra as características que acredita ter, ao mesmo tempo em que necessita se distanciar dos pais para também ter um vislumbre de quem é. É quando o interesse e as descobertas com o sexo oposto começam a surgir, muitas vezes associado a um turbilhão de informações via televisão e internet, que torna esta uma necessidade mais mental, competitiva, que propriamente emocional e física.
     O yoga neste momento da vida pode ter um papel primoroso, dando ao adolescente a capacidade de desenvolver uma relação de amor e respeito que irá guia-lo pelo resto da vida: a relação de amor próprio! É através das postura psicofísicas, das respirações e meditações que esta ligação se fortalecerá de forma descontraída, desafiadora e ao mesmo tempo acolhedora. A partir daí, todos os demais vínculos começam a tomar a devida proporção, sempre pautados em respeito a si próprio e ao outro, o mundo deixa de ser o lugar hostil e tedioso e torna-se o lar em que o adolescente é agente transformador e a família passa a ser a base e a mola propulsora para um salto em segurança no mundo!
                                                                                Gisele T. Ricetti