segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Uma Xícara de Chá - Outubro

     O princípio da dualidade em nosso corpo se expressa também na respiração. Em cada expiração a promessa da inspiração, e por toda a vida o corpo se mantém em processo constante de transformação.
     Embora não nos percebamos fazemos nossas escolhas e reagimos dentro desse processo, que parece-nos ser a realidade. Mas será que a verdade e a vida é um processo?
     Porém até na respiração existe um momento em que não existe inspiração ou expiração. Que momento é este de pausa? Por mais que intelectualmente procuremos entender a pausa no processo é somente nela que o processo se dissolve.
     No último encontro Uma Xícara de Chá na Casa de Yoga Maha Devi, além de refletirmos sobre questões interessantes, nos alegrarmos com as surpresas e reunirmos amigos como sempre, experimentamos uma técnica de meditação com o mantra que evoca as oito qualidades do Divino e que se expressam em cada um de nós em cada fase dos vários ciclos que a vida nos dá!
                                                                                                              Christyano

 

Amor,
     Seja comum, tão comum que virtualmente você chegará a ser ninguém -
e aí haverá uma abertura, e aí haverá uma explosão.
     Somente quando você não é você é extraordinário!
    
 Mas não pense nisso e não deseje isso,
e se o desejo vier esteja alerta e ria.
     Ele ficará parado na consciência, e a energia criada será usada pelo riso,
e depois do riso você vai sentir um relaxamento profundo.
     Então comece a dançar e a cantar,
e o estado negativo da mente será transformado em positivo.
    
O desejo de ser alguém é absolutamente negativo,
porque o ego é a negação do ser.
     O ego é o princípio da negação,
e se o negativo é negado então você está positivo.
     O ego é a fonte de toda a inferioridade,
mas o truque é sutil porque o ego promete superioridade
e no final somente resulta em inferioridade.
     Desvende este segredo e compreenda-o claramente.
 
     Aquele que pensa em superioridade
vai permanecer sempre inferior,
porque estes são dois aspectos da mesma moeda.
     Oh! Semeie a superioridade e você vai colher inferioridade.
     Comece com o desejo de superioridade
e você vai terminar com nada mais que inferioridade
e todo o inferno que está envolvido nela.
 
     Comece com humildade, com modéstia,
e você estará mais perto do divino.
 
     Na verdade você é divino,
mas o ego não vai lhe permitir nenhum espaço
para olhar  sua própria divindade.
     Ao contrário, ele vai continuar a criar novos céus imaginários
somente para abrir caminho para novos infernos.
     Entre no céu e você estará entrando no inferno!
 
     Esteja consciente disto, e fique alerta com o seu chamado "eu" -
o criador de todas as agonias que existem no mundo.
     E seja um não-eu e você vai ser aquilo que já é e tem sempre sido -
aquilo que é bênção eterna, e liberdade, e o ser cósmico, o brahman.
 
     Tat twam asi - você é isto, meu amor.
                                                         Osho

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Sukhasana - Postura Fácil

     Sthira-sukham asanam
conforme o Yoga Sutra,
"a estabilidade e o bem-estar são as qualidades que definem o ásana".
 
     A prática dos ásanas não é um fim em si mesmo. Em uma postura estável e confortável, nós criamos condições para desenvolver a consciência respiratória, chegando finalmente ao estado meditativo. Sukha não é apenas uma questão de bem-estar físico e conforto, mas também de inteligência e de disposição para abrir mão de ideias preconcebidas e manter-se no processo de autoconhecimento.
 

     Shiva, o senhor do Yoga, senta-se em meditação nas montanhas, mantendo o foco no terceiro olho, o ponto entre as sobrancelhas. Nesta posição ele se torna tão estável que tem domínio sobre todos os seus sentidos, representados pela serpente enrolada em seu pescoço e a pele de tigre que ele usa como assento. Em suas mãos ele segura um tridente, que representa a natureza tripla do universo, e um pequeno tambor, que evoca o ritmo do tempo. A lua crescente flutua em seus cabelos como um emblema do tempo e da mudança, contrastando com a estabilidade dessa posição simples, confortável e eterna.



     Nesta postura procure observar um bom apoio dos ísquios (ponta inferior do quadril). Caso não consiga apoie o quadril sobre uma almofada mais firme, ou até mesmo um coberto dobrado, desta forma ele fica mais elevado e os joelhos descem, então é possível sentir o conforto e a firmeza existentes no ásana. Traga o sacro a frente, e eleve o peito. Permita que todo o peso recaia sobre o quadril, no chão, e que esta força retorne ao seu corpo alinhando sua postura.