segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Como é o Yoga na Casa de Yoga Maha Devi

   Vivemos em um tempo onde os nossos compromissos diários de trabalho nos solicitam atividades mentais aceleradas e compromissadas com o ritmo com que a tecnologia evolui. Onde, sem nos percebermos, passamos horas em posições corporais que se condicionam de acordo com as exigências de nosso ofício, aliada ao pouco espaço físico e muitas vezes ao pouco contato com a natureza. O que vem restringindo cada vez mais nossas percepções sensoriais naturais. Neste contexto, quando nos percebemos, nossa visão, audição, olfato e paladar estão mais artificiais do que deveriam e a nossa saúde tende a seguir padrões nãos adequados para uma vida saudável. E quando chega o momento de percebermos o nível de comprometimento e condicionamento físico e mental, ficamos sem saber o que fazer.

   Na Casa de Yoga Maha Devi, baseado nas técnicas clássicas de Hatha Yoga e outras linhas, oferecemos um conjunto de atividades psicobiofísicas e mentais, inteligentemente adaptadas às necessidades das pessoas do nosso tempo, que merecem um estímulo corporal e mental que venha promover além de um bem estar físico, mas a consciência geral para a apropriação de sua responsabilidade de viver plena e saudável a sua experiência humana pessoal, resgatando o equilíbrio físico e mental. Não se trata de uma terapia, porque as técnicas de yoga não foram desenvolvidas para isso, mas podem ser direcionadas adequadamente para um propósito reeducativo sim. Onde todas as pessoas são aptas a praticar. Já que costumamos alertar que não se pratica yoga, pratica-se a si mesmo, com respeito e responsabilidade, mas, sobretudo, compromisso consigo mesmo e em direção do encontro com suas necessidades, potencialidades e limitações para acessar sua real condição, e, a partir disso, segue no caminho do que temos chamado de descondicionamento físico e conhecimento mental. Para isso, o corpo é a ferramenta mais adequada, é a partir dele que expressamos o nosso estado interno, é o nosso veículo de comunicação e é por meio dele que desfrutamos todas as sensações.
   É fato que muitas das posturas clássicas de Hatha Yoga e outras tantas que pouco tem a ver com o Hatha Yoga, e mais se assemelham às técnicas de contorcionismos e que ilustra as revistas e as chamadas publicitárias se apresentam inviáveis à maioria das pessoas. Por isso é que escolhemos uma metodologia que reúne e não a que separa e divide os grupos em níveis. Trabalhamos com posturas estáticas e movimentos que promovam benefícios energéticos, fisiológicos, biomecânicos de relaxamento e meditação que acesse o aluno na sua individualidade respeitando o seu desenvolvimento natural, amadurecendo a sua prática, propriocepção e capacidade de auto entrega. O resultado é basicamente científico, você faz a experiência e observa o resultado imediatamente. Só não prometemos nada, apenas convidamos à prática!
                                                                                       Christyano E. Ricetti

O Verdadeiro Papel do Professor de Yoga

   Antes de qualquer coisa o instrutor de técnicas de yoga deve conhece-las, e experimenta-las. Depois deve saber quem é a pessoa que ele irá orientar. Saber das suas limitações pessoais em relação a esse conhecimento e se aproximar do aluno de maneira bastante interessada e respeitosa. Sabendo do alcance energético, fisiológico e mecânico das técnicas que irá utilizar, deverá adequa-las às necessidades e possibilidades dos alunos. O instrutor de yoga não quer atingir objetivos nem resultados, ele quer ver o seu orientando progredir rumo a conscientização de si mesmo em níveis que incluem o corpo. Para o instrutor de yoga a expressão máxima que se conseguiu construir e dar forma não é somente um organismo, mas o lar, o templo de culto à vida, onde é iniciado o neófito que ali reside. Ele sabe que naquele corpo está registrada uma verdadeira odisseia que se constituiu em nada mais , nada menos que a história, todas as sensações, emoções e vivências daquela pessoa. Por isso, este instrutor jamais irá incentivar o seu aluno a ultrapassar os seus limites, antes de convida-lo a interessar-se para conscientização de ter limites conhecidos e desconhecidos. O instrutor respeitoso não apressa, ele sabe que o que foi construído por anos não deve ser destruído em dias, mas se a vontade do aluno assim o quiser, com honestidade, ele deve convida-lo a conhecer a origem dessa vontade. Em seguida, se assim tiver que ser, iniciar uma desconstrução respeitosa e consciente onde a ação e o coração estejam em atitudes afins, mostrando desta forma o verdadeiro significado e importância da coragem.
   O instrutor não se interessa em ser visto, não se importa com o que enxerga, mas com o que está oculto, muitas vezes do próprio aluno. Por isso ele vê o que o corpo mostra sem se distrair. Ele sabe que as técnicas yogues têm alcance muito além do corpo físico, mas que se inicia nele, exigem dele e o transformam. Ele sabe que quando não bem utilizadas, não respeitando as suas compensações articulares, podem trazer prejuízo para estas áreas do corpo. Mas sobretudo ele sabe que deve equilibrar as técnicas em nível fisiológico e energético para que não interfira no funcionamento adequado dos órgãos internos, sistema nervoso e glandular.
   O instrutor de técnicas de yoga conhece e procura praticar em si e principalmente em sua profissional os conceitos éticos  e morais que constituem o primeiro e o segundo passo do yoga, sugerido e orientado por Sri Patanjali no yoga sutra. E que, embora, esteja utilizando as técnicas de hatha yoga deverá honra-las seguindo as orientações de Swatmarana, inclusive a principal, que deixa bem claro que o caminho do hatha yoga deve levar na direção do raja yoga.
   Ele certamente levará em consideração as orientações do Bhagavad Gita, ao menos aquela que o Divino mestre nos orienta, que a ação ainda é melhor que a inação, e já sabe que a reação é mais comum, e que para a ação acontecer é necessário a presença de espírito.
   Ele vai incentivar o seu aluno a vivenciar a sua capacidade. Vai mostrar que ele mesmo pouco fez, no que diz respeito ao progresso do aluno e que o resultado é da prática adequada ao mesmo.
   Ele sabe, e deve zelar para que a integridade do aluno se mantenha. Ele é responsável pelo que ensina, por isso deve ensinar direito. Esse, talvez seja um dos principais papéis do instrutor.
                                                                          
Um agradecimento especial aos professores que fizeram parte da minha história, aqui representados por alguns, e que dia após dia de convivência durante a formação, me ensinaram o que é ser professor.
                                                                                          Christyano E. Ricetti