domingo, 18 de março de 2012

Verdade, Absolutamente Necessária

     Mais um tema que permeou nossas aulas durante esta semana, e que julgo ser de grande relevância: A Verdade como fator fundamental para o desenvolvimento integral do ser.
     A falta de honestidade para consigo mesmo gera uma cisão na personalidade. Uma cisão entre o ego e o corpo, visto que o falso existe apenas na mente e a realidade é vivenciada pelo corpo.
   Há Verdade consigo mesmo quando as ações promanam mais de princípios e convicções internas e não de motivações de conveniência, estipulada por outros, enfim, externas. Então quando alguém se esforça por alterar a forma de seu corpo para entrar num padrão de beleza esteriotipado e não entende a vida que há em seu corpo e que este nada mais é que também uma expressão de sua alma, está sendo desonesta consigo mesmo, gerando esta fragmentação da personalidade.
     Quando se mente, tentando fazer crer em algo que não existe, substitui- se a realidade vivida em prol da criada mentalmente, o que tira o brilho da alma. Nenhum benefício alcançado com a mentira tem o valor comparável à integridade (física, mental e emocional).
     O ato de criar uma irrealidade gera esta quebra. A quantidade que isso se repete é o que vai classificar alguém como neurótico (narcisista), esquizofrêrnico ou até mesmo como um psicótico, que se desconecta totalmente de suas sensações e emoções e passar a viver somente o que cria em sua mente.
     O grau da verdade de cada um é o que determina o seu grau de contato consigo mesmo e com o mundo. Quanto mais se mente, mais se percebe o mundo de forma irreal e mais relações falsas se gera.

     A mentira por mais inocente que possa parecer, sempre cria fissuras na alma. Tornando-a propícia a quebrar, da mesma forma que uma única gota faz um copo transbordar, várias pequenas mentiras fazem o mesmo mal, com a passar do tempo, que grandes mentiras.
     Por isso a Verdade é com certeza um dos pilares para a edificaçãode muitas religiões e linhas espirituais. Sem a verdade não há comunhão, auto conhecimento e, portanto, espiritualidade!
                                               Gisele Tavares Ricetti

quinta-feira, 15 de março de 2012

Dança do Ventre e o Auto conhecimento

     Quando fazemos algo, sempre reproduzimos nisto como fazemos tudo o mais. E o exemplo que usamos em nossa aula de dança, colocarei aqui.

     É muito fácil dizer que se deve ser de um determinado jeito, cultivar certas qualidades, etc. Isto praticamente todas as pessoas estão aptas à compreender. A grande dificuldade e conflito surgem quando se tenta colocar em prática, pois daí irão surgir sentimentos de culpa, incompetência, vergonha, etc. E agora então farei uma analogia que deixará claro como as coisas de fato acontecem.

     Quando alguém vai para a aula de dança e a professora explica um passo, todos conseguem compreendê-lo intelectualmente, embora ninguém o tenha de fato experimentado. No momento de partir para a prática, a compreensão intelectual parece inútil, pois ela não faz com que a pessoa consiga executá-lo com supremacia logo na primeira tentativa. Então, por que seria diferente nas demais situações da vida? Por que as pessoas costumam pensar que ao assistir uma palestra, tornam-se senhoras do conhecimento expresso ali?

     Retornando ao exemplo da aula. Então a aluna tenta fazer o passo algumas vezes, começa a consegui-lo, desde que o leve a sério e se dedique com o melhor que há em si. Desde que tenha humildade para reconhecer as dificuldades e perceber que a compreensão intelectual é apenas uma pequena parte... Quando alguém decide ser menos orgulhoso, mais compreensivo, etc , o processo acontece da mesma maneira: Primeiro se entende a necessidade de alguma mudança, depois se reconhece a sua possibilidade pessoal para tal, não baseado na razão, e sim na sua compreensão de suas possibilidades emocionais para tal mudança. Isto exige proximidade, exige acolhimento do ser como ele é, e só a partir de então se abre a possibilidade para a mudança.

     Quem se dedica ao trabalho árduo do aprender, qualquer que seja a lição, vai se defrontar com sua realidade e vai dar todos os passos necessários nos tempos adequados com amor e dedicação. Esta pessoa pouco tempo terá para falar sobre tudo isso, ela sentirá e vivenciará esta lição. E no seu tempo, depois de muito exercitar, conseguirá a maestria no que se propôs.

     Quem permite que o ego tome conta da situação e valoriza demasiadamente o intelecto, diante do aprendizado acreditará que somente a compreensão intelectual basta. E, ao tentar colocar em prática, se defrontará com sua realidade nada graciosa e obediente, e então partirá para a fuga, evitando o exercitar-se. Em analogia, está pessoa terá muitos discursos a respeito da dança (do respeito, da humildade, do amor) porém sendo incapaz de colocar em prática. Muitos acreditarão, junto com ela, em seu conhecimento sobre o assunto...  Poderá falar sobre a beleza e plenitude, porém sem experimentar (como o homem que constrói um lindo castelo para ele e os demais olharem, mas ninguém morar lá...). E quando, em alguma situação da vida, lhe for necessário colocar em prática, ficará com medo, vergonha e culpa por não conseguir fazer o que tanto conhece...

     Por isso reafirmo, a dança, quando feita com sinceridade e entrega é uma forma de auto conhecimento e desenvolvimento da humildade e entrega ao absoluto.
                                                                                                    Gisele T. Ricetti