quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Bruxa


"A incorporação do ego masculino por parte de uma mulher gera uma bruxa. A bruxa sustenta o ponto de vista do ego masculino, acreditando que o corpo da mulher é um objeto a ser utilizado sexualmente. Desta maneira, a bruxa volta-se contra seu próprio corpo, e regozija-se com seus sacrifícios, pois esta representa o aspecto vil de sua personalidade. Ao mesmo tempo, ela compensa essa vilificação elevando a sua imagem do ego, considerando-se uma pessoa superior, não-conformista, que rejeitou a velha moralidade.
O impulso demoníaco da bruxa também almeja destruir o ego masculino. Voltando-se contra sua própria feminilidade, a bruxa nega o papel que o amor desempenha no sexo, e zomba do homem que a procura."
Alexander Lowen

Este texto trás a tona algo muito interessante que contradiz o que geralmente se lê e se ouve quando procuramos entender a essência do feminino. Porém é de uma obviedade tão grande que nos faz questionar: Como ninguém viu isso antes? Como se fala do feminino sem observar a questão principal: "A integração entre o ser e a natureza" e não "A manipulação da natureza", atitude de quem não confia na sabedoria da Grande Mãe...
Este texto me veio como que uma resposta a uma questão de alguns dias atrás quando vi o filme Brumas de Avalon. Muitas pessoas me falaram sobre este filme e me disseram como era lindo a forma como tratava do aspecto feminino divino. Ao vê-lo constatei que era apenas uma maneira patriarcal de ver o feminino, exaltando as magias e manipulações da natureza e desprezando ( ou dando a mínima importância)as ofertas e agradecimentos feitos à Deusa. Como se a sabedoria da Grande Mãe fosse apenas para os "escolhidos". Dentro do matriarcado todos são iguais e todos são "acolhidos", dentro desta visão prevalece o respeito, a confiança e a entrega que pouco ou nada adulam o ego sedento pela necessidade de se sentir especial

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