segunda-feira, 19 de outubro de 2015

O Verdadeiro Papel do Professor de Yoga

   Antes de qualquer coisa o instrutor de técnicas de yoga deve conhece-las, e experimenta-las. Depois deve saber quem é a pessoa que ele irá orientar. Saber das suas limitações pessoais em relação a esse conhecimento e se aproximar do aluno de maneira bastante interessada e respeitosa. Sabendo do alcance energético, fisiológico e mecânico das técnicas que irá utilizar, deverá adequa-las às necessidades e possibilidades dos alunos. O instrutor de yoga não quer atingir objetivos nem resultados, ele quer ver o seu orientando progredir rumo a conscientização de si mesmo em níveis que incluem o corpo. Para o instrutor de yoga a expressão máxima que se conseguiu construir e dar forma não é somente um organismo, mas o lar, o templo de culto à vida, onde é iniciado o neófito que ali reside. Ele sabe que naquele corpo está registrada uma verdadeira odisseia que se constituiu em nada mais , nada menos que a história, todas as sensações, emoções e vivências daquela pessoa. Por isso, este instrutor jamais irá incentivar o seu aluno a ultrapassar os seus limites, antes de convida-lo a interessar-se para conscientização de ter limites conhecidos e desconhecidos. O instrutor respeitoso não apressa, ele sabe que o que foi construído por anos não deve ser destruído em dias, mas se a vontade do aluno assim o quiser, com honestidade, ele deve convida-lo a conhecer a origem dessa vontade. Em seguida, se assim tiver que ser, iniciar uma desconstrução respeitosa e consciente onde a ação e o coração estejam em atitudes afins, mostrando desta forma o verdadeiro significado e importância da coragem.
   O instrutor não se interessa em ser visto, não se importa com o que enxerga, mas com o que está oculto, muitas vezes do próprio aluno. Por isso ele vê o que o corpo mostra sem se distrair. Ele sabe que as técnicas yogues têm alcance muito além do corpo físico, mas que se inicia nele, exigem dele e o transformam. Ele sabe que quando não bem utilizadas, não respeitando as suas compensações articulares, podem trazer prejuízo para estas áreas do corpo. Mas sobretudo ele sabe que deve equilibrar as técnicas em nível fisiológico e energético para que não interfira no funcionamento adequado dos órgãos internos, sistema nervoso e glandular.
   O instrutor de técnicas de yoga conhece e procura praticar em si e principalmente em sua profissional os conceitos éticos  e morais que constituem o primeiro e o segundo passo do yoga, sugerido e orientado por Sri Patanjali no yoga sutra. E que, embora, esteja utilizando as técnicas de hatha yoga deverá honra-las seguindo as orientações de Swatmarana, inclusive a principal, que deixa bem claro que o caminho do hatha yoga deve levar na direção do raja yoga.
   Ele certamente levará em consideração as orientações do Bhagavad Gita, ao menos aquela que o Divino mestre nos orienta, que a ação ainda é melhor que a inação, e já sabe que a reação é mais comum, e que para a ação acontecer é necessário a presença de espírito.
   Ele vai incentivar o seu aluno a vivenciar a sua capacidade. Vai mostrar que ele mesmo pouco fez, no que diz respeito ao progresso do aluno e que o resultado é da prática adequada ao mesmo.
   Ele sabe, e deve zelar para que a integridade do aluno se mantenha. Ele é responsável pelo que ensina, por isso deve ensinar direito. Esse, talvez seja um dos principais papéis do instrutor.
                                                                          
Um agradecimento especial aos professores que fizeram parte da minha história, aqui representados por alguns, e que dia após dia de convivência durante a formação, me ensinaram o que é ser professor.
                                                                                          Christyano E. Ricetti
 

Um comentário:

  1. Tive a grande honra de conviver por um delicioso período com esses maravilhosos e iluminados.

    ResponderExcluir